Psilocibina, microbiota intestinal e autismo: como o “segundo cérebro” pode influenciar o TEA

Psilocibina e microbiota intestinal para TEA

A relação entre autismo e microbiota intestinal tem se tornado um dos focos mais promissores da ciência nos últimos anos. Diversos estudos mostram que alterações na composição das bactérias intestinais podem influenciar o desenvolvimento e a intensidade dos sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Nesse contexto, a Biocase e o Instituto Alma Viva, em associação à UFCG, UNIARA e UNESP, estão desenvolvendo um projeto científico com extrato de psilocibina nacional para avaliar seus efeitos no eixo intestino-cérebro e a possibilidade de efeito terapêutico em pacientes com autismo. A pesquisa busca entender como a modulação da microbiota intestinal pode impactar positivamente aspectos comportamentais e cognitivos relacionados ao TEA.

O intestino é chamado de “segundo cérebro” por abrigar cerca de 100 milhões de neurônios e manter uma comunicação constante com o sistema nervoso central. Esse diálogo ocorre por meio do eixo intestino-cérebro, que conecta a microbiota intestinal ao comportamento, cognição e saúde mental.

Como a psilocibina pode influenciar a microbiota intestinal?
Pesquisadores financiados pela FINEP investigam os efeitos da psilocibina, um psicodélico estudado em protocolos de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (PAP), sobre a microbiota intestinal de doadores, utilizando um Intestino Artificial. Resultados parciais do projeto revelaram um efeito muito relevante e duradouro da psilocibina oral na microbiota.

Entre os potenciais benefícios observados estão:
✅ Aumento na produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), fundamentais para a saúde intestinal e cerebral.
✅ Proteção contra processos inflamatórios que afetam o intestino e podem ter impacto no cérebro.
✅ Modulação de bactérias intestinais associadas a sintomas de TEA.

Essas descobertas são relevantes porque a produção de AGCC, como o butirato, está ligada à integridade da barreira intestinal e à regulação do sistema imunológico, dois fatores que podem influenciar sintomas do autismo.

Por que isso pode importar para o tratamento do autismo?
Ainda em fase inicial, os estudos sugerem que intervenções na microbiota intestinal podem vir a ser parte importante do tratamento do TEA no futuro, complementando abordagens comportamentais e farmacológicas já existentes.

A Biocase, em seu projeto com o IFA de psilocibina, investiga essa nova fronteira terapêutica para promover saúde intestinal e, indiretamente, contribuir para a saúde mental e o comportamento de pessoas com autismo.

Estamos perto de utilizar psilocibina no TEA?
Por enquanto, não. A psilocibina ainda não está aprovada para uso clínico no Brasil fora de protocolos de pesquisa. Entretanto, os resultados do estudo indicam um caminho promissor para o desenvolvimento de terapias inovadoras, respeitando critérios de segurança, eficácia e regulação, como ocorre em pesquisas internacionais.

Conclusão
O intestino realmente pode ser considerado nosso “segundo cérebro”, e o estudo da psilocibina como modulador da microbiota intestinal abre uma nova via de possibilidades para o cuidado integral de pessoas com autismo. Ainda que precoces, os resultados destacam a importância de olharmos para o eixo intestino-cérebro como parte de uma saúde mental mais ampla, baseada em ciência e inovação.



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