O papel da cetamina no tratamento da depressão maior

papel da cetmaina na depressão maior

Depressão maior: um desafio crescente

A depressão maior é uma das condições psiquiátricas mais prevalentes e incapacitantes no mundo. Estima-se que até 30% dos pacientes apresentem resistência parcial ou total aos antidepressivos convencionais, mesmo após múltiplos esquemas terapêuticos adequados. Esse cenário se traduz em longos períodos de sofrimento, elevada sobrecarga para famílias, redução de produtividade e, em muitos casos, risco aumentado de suicídio.

Para esse grupo de pacientes, chamados de portadores de depressão resistente ao tratamento (TRD, na sigla em inglês), novas alternativas são urgentes. É nesse contexto que a cetamina, antes restrita à anestesiologia, vem ganhando protagonismo na psiquiatria contemporânea.

Cetamina: da anestesia à psiquiatria

A cetamina foi sintetizada na década de 1960 e, desde então, utilizada com segurança em procedimentos anestésicos e em contextos de emergência, como pronto-atendimentos e terapias intensivas. A partir dos anos 2000, pesquisas clínicas começaram a revelar um potencial inesperado: em doses subanestésicas, a molécula produzia redução rápida e significativa dos sintomas depressivos, sobretudo em pacientes resistentes.

Esse efeito contrasta fortemente com os antidepressivos tradicionais, que geralmente necessitam de duas a seis semanas de latência para início de resposta clínica. Para indivíduos em sofrimento intenso, muitas vezes com ideação suicida, a rapidez da cetamina pode representar uma janela de intervenção crítica.

Evidência científica consolidada

O corpo de evidências sobre a cetamina cresceu exponencialmente na última década. Diversos estudos randomizados controlados confirmam sua eficácia:

  • Um ensaio publicado no American Journal of Psychiatry demonstrou melhora significativa dos sintomas em até 24 horas após a infusão intravenosa em pacientes com depressão resistente (DOI: 10.1176/appi.ajp.2017.17040472).

  • A esketamina intranasal, enantiômero da cetamina, já foi aprovada pelo FDA e pela EMA para depressão resistente, com eficácia comprovada em múltiplos trials de fase III (DOI: 10.1001/jama.2019.18590).

  • Pesquisas recentes também avaliam o impacto da cetamina em ideação suicida aguda, sugerindo benefícios em cenários emergenciais (DOI: 10.1176/appi.ajp.2017.17060647).

 

Esses achados colocam a cetamina como uma das inovações mais relevantes na psiquiatria das últimas décadas.

Mecanismos de ação: além da serotonina

Enquanto a maioria dos antidepressivos atua modulando neurotransmissores como serotonina e noradrenalina, a cetamina tem mecanismo distinto. Ela age como antagonista não competitivo do receptor NMDA, modulando a neurotransmissão glutamatérgica.

Esse bloqueio estimula a ativação de receptores AMPA e promove cascatas intracelulares que aumentam a expressão de BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), associado à plasticidade sináptica. O resultado é a restauração de conexões neurais comprometidas pela depressão, explicando tanto a rapidez quanto a intensidade da resposta clínica.

Segurança e protocolo clínico

Apesar de eficaz, a cetamina não deve ser vista como solução isolada ou isenta de riscos. Entre os efeitos transitórios mais comuns estão dissociação, náusea, tontura e elevação da pressão arterial. Por isso, a administração deve sempre ocorrer em ambiente controlado, com monitoramento cardiovascular e suporte médico disponível.

No Instituto Alma Viva, em Higienópolis, São Paulo, seguimos protocolos alinhados às melhores práticas internacionais:

  • Avaliação psiquiátrica e clínica detalhada antes da indicação.

  • Sessões realizadas em ambiente seguro, com supervisão médica contínua.

  • Monitoramento antes, durante e após cada aplicação.

  • Integração opcional com suporte psicoterápico, potencializando os ganhos clínicos quando recomendado pelo médico assistente ou em parceria com nossa equipe especializada.

 

Conclusão

A cetamina representa uma mudança de paradigma no tratamento da depressão maior resistente: da espera prolongada por resposta ao antidepressivo convencional para uma intervenção rápida, baseada em ciência robusta.

Em São Paulo, o Instituto Alma Viva coloca esse avanço à disposição de médicos e pacientes, oferecendo uma estrutura ética, segura e colaborativa, próxima aos principais hospitais e consultórios da região da Paulista e Higienópolis.

Ao unir rigor científico, protocolos de segurança e suporte terapêutico, buscamos aproximar a inovação da prática clínica, trazendo novas possibilidades a quem mais precisa.

 

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