Duas abordagens, um mesmo alvo terapêutico
A cetamina e sua versão enantiomérica, a esketamina, compartilham mecanismos semelhantes: antagonismo do receptor NMDA, aumento da neurotransmissão glutamatérgica e indução de plasticidade sináptica. No entanto, as formas de administração — intravenosa e intranasal — trazem diferenças relevantes para a prática clínica.
Cetamina intravenosa (IV)
- Protocolo mais estudado: 0,5 mg/kg em infusão de 40 minutos.
- Início rápido e previsível.
- Necessidade de ambiente monitorado, com suporte médico.
- Forte base de evidência em depressão resistente.
Esketamina intranasal
- Aprovada por FDA e EMA, além da Anvisa no Brasil.
- Administração prática, em spray nasal, sob supervisão médica.
- Dose fixa, padronizada (56 mg ou 84 mg).
- Maior comodidade, mas com custo elevado.
Evidência científica
- Estudo pivotal publicado no JAMA Psychiatry mostrou eficácia significativa da esketamina intranasal em pacientes com depressão resistente, associada ao antidepressivo oral (DOI: 10.1001/jamapsychiatry.2019.3733).
- A cetamina IV, por sua vez, foi avaliada em diversos RCTs com efeito antidepressivo robusto em 24h (DOI: 10.1176/appi.ajp.2017.17040472).
Considerações práticas
- Acesso: a cetamina IV pode ser mais acessível em instituições preparadas.
- Custo-benefício: a esketamina tende a ser mais onerosa.
- Indicação: ambas são válidas para depressão resistente, mas a escolha depende de disponibilidade, perfil do paciente e estrutura clínica.
Conclusão
Mais do que optar entre cetamina ou esketamina, o fundamental é oferecer um protocolo seguro, baseado em evidências e ajustado ao contexto clínico. O Instituto Alma Viva disponibiliza acompanhamento próximo e individualizado, em ambiente preparado para ambas modalidades.

