Efeitos Benéficos Da Terapia Psicodélica Na Saúde Da Mulher

A incomensurável e expressiva participação das mulheres, em todas as áreas, é refletida na pesquisa científica moderna, que vem reconhecendo a importância das suas contribuições nos ensaios clínicos e nas agendas de investigação sobre os cuidados de saúde que as mulheres recebem, observando que abraçar a equidade para as mulheres é essencial, a fim de garantir que os dados da investigação psicodélica sejam relevantes em uma perspectiva de justiça e direitos. 

Estudos mostram o potencial dos psicodélicos no tratamento de diversas condições, como depressão, ansiedade e dependência e, destoando desse cenário promissor, a pesquisa publicada no Journal of Psychopharmacology divulgou que apenas 29% dos participantes em estudos sobre psilocibina e 24% dos participantes em estudos sobre 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA) eram mulheres em pesquisas e ensaios clínicos. 

Após décadas de proibição, os psicodélicos são cada vez mais utilizados como opção terapêutica e substâncias como cetamina, MDMA e cogumelos psilocibinos estão sendo estudados em ensaios clínicos para tratar depressão, abuso de substâncias e uma série de outras doenças. 

As mulheres têm maior probabilidade de desenvolver os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e também sofrem com depressão, mais frequentemente. Estima-se que, uma em cada sete mulheres sofram de depressão pós-parto, além do fato que mulheres com mais de 40 anos utilizam antidepressivos três a quatro vezes mais que os homens. 

Estudos que sugerem bons resultados com apenas algumas doses de MDMA ou psilocibina combinadas com terapia, levaram a Food and Drug Administration (FDA) – agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos – a designar esses medicamentos como terapias inovadoras (um estatuto de prioridade dado a medicamentos promissores propostos para preencher uma necessidade não satisfeita) para TEPT e depressão resistente ao tratamento. Por sua suposta capacidade de tratar TEPT, ansiedade e abuso de substâncias, a cetamina também está sendo estudada como uma forma eficaz de aliviar os sintomas da depressão pós-parto. 

Dentre outras condições patológicas que acometem, especialmente, mulheres, estão os transtornos alimentares, como: a anorexia nervosa (três vezes mais prevalente entre as mulheres),  anorexia, bulimia e transtornos de compulsão alimentar periódica. A Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (MAPS) realiza um estudo que inclui a terapia assistida por MDMA para tratar os distúrbios alimentares. O Centro de Pesquisa Psicodélica do Imperial College London também conduz um ensaio clínico sobre psicoterapia assistida por psilocibina, como tratamento para anorexia. 

Na prática psiquiátrica, é crescente o número de mulheres que utilizam antidepressivos convencionais e relatam baixa libido como um efeito colateral. Cada vez mais, os estudos pré-clínicos direcionam seus interesses para o potencial das substâncias psicodélicas, que podem melhorar de forma confiável as experiências sexuais, aliviar a disfunção sexual feminina e os sintomas da tensão pré-menstrual (TPM).

Nos últimos anos, a terapia assistida por cetamina (que é legal nos EUA) cresceu em popularidade como um tratamento alternativo eficaz, embora ainda caro, para depressão e ansiedade. Outra indicação para as pacientes com alto risco de depressão pós-parto é a aplicação de uma dose única de cetamina, administrada antes da anestesia das cesarianas e, pelo curto tempo de efeito, a substância deixará o corpo após 12 horas, não comprometendo a amamentação. 

Relatos de pacientes descreveram alívio dos sintomas do transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) com a microdosagem de psilocibina e, posteriormente, com uma dose ayahuasca eliminou completamente sua condição. Outras mulheres compartilharam o uso de psilocibina, dietilamida do ácido lisérgico (LSD), cetamina e MDMA para tratar TPM, menopausa, baixo desejo sexual, depressão pós-parto e TEPT devido a traumas sexuais. 

Em depoimento, uma paciente relatou mudanças singulares em sua vida, quando finalmente resolveu o distúrbio alimentar que sofria há mais de 20 anos e isso só foi possível a partir do uso de drogas psicodélicas como: ayahuasca, cetamina e MDMA. 

Durante anos, as mulheres relataram as maneiras como os psicodélicos alteraram seu ciclo menstrual, associando-os a períodos mais intensos, um período que chega mais cedo ou, alternativamente, a um ciclo mais regular. A pesquisa mostrou que o estrogênio intensifica a via de recompensa da dopamina no cérebro, então também é possível que a reação de uma mulher a um determinado medicamento seja mais prazerosa, dependendo da fase do seu ciclo menstrual. 

Diversas perspectivas, incluindo as das mulheres, são necessárias para gerar ideias inovadoras e garantir a participação na expansão da ciência psicodélica. As suposições e comportamentos contextualmente mediados promovidos por um protocolo terapêutico específico podem impactar significativamente a experiência psicodélica de uma pessoa, priorizando assim a humildade cultural, a equidade e a diversidade.

Referências: businessinsider; technologyreview; psychedelichealth.

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Psiquiatra e psicólogo, a 2ª turma da Pós em Psicoterapia Assistida por Psicodélicos, aprovada pelo MEC, começa dia 22 de junho.